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Espetáculo de teatro é apresentado para apenadas do Presídio de Santa Maria


A atriz Ariane Vizzoto interpreta a palhaça Ciska no espetáculo "Na Linha"Foto: Vinícius Angeli (Divulgação)


Na última semana, no Presídio Regional de Santa Maria (PRSM), foi encenada a peça Na Linha, um espetáculo de palhaçaria. O evento, que faz parte do projeto Encarcerarte, patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura do Município, ocorreu no pátio feminino e contou com a participação de 29 apenadas entre provisórias e também do regime fechado.

Segundo o setor técnico, atividades relacionadas à arte, além de proporcionar momentos de descontração para pessoas privadas de liberdade, também auxiliam na reflexão sobre diversas questões psicossociais, tais como os efeitos do encarceramento na saúde mental e no distanciamento familiar.

– Incentivar ações como esta dentro do sistema prisional é vir ao encontro da missão da Susepe e faz parte do fazer profissional de toda a instituição – disse o administrador substituto da PRSM, Jorge Pollett.

Para uma das apenadas, eventos como este permitem momentos de lazer e de reflexão:

– É muito bom um momento de descontração, uma coisa diferente que faça rir e também pensar na vida.

O PROJETO

Na Linha foi criado em 2021 pela atriz Ariane Vizzoto, formada em Artes Cênicas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e acompanha a palhaça Ciska, interpretada por ela, que é atendente do Converse Com a Ciska (CCC) – canal telefônico aberto e disponível 24 horas por dia para escutar as loucuras, os infortúnios e as conquistas das pessoas.

A motivação do projeto Encarcerarte começou com o objetivo de alcançar as mulheres apenadas em presídios pela impossibilidade destas de consumirem a arte e usufruir dos benefícios desse consumo. Depois, a equipe do projeto  percebeu que havia outros públicos que também são afetados pelo isolamento e que poderiam ser contemplados pelo espetáculo.

"Na Linha" também já foi apresentado no Espaço Cultural Victorio Faccin, para apenadas do regime semi-aberto, seus familiares e o público em geral

​Esse ano, o espetáculo também já foi apresentado no Lar das Vovozinhas, no Lar Vila Itagiba e no Abrigo Espírita Oscar Pithan. Também ocorrem duas sessões na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e no Espaço Cultural Victorio Faccin, para apenadas do regime semi-aberto, seus familiares e o público em geral

– Nas apresentações já realizadas pelo projeto, comprovamos a importância da arte nesses espaços. Colocamos na prática nosso objetivo de realizar um encontro com trocas por meio da apresentação do espetáculo. Fazemos arte para essas pessoas e com essas pessoas – finaliza Ariane Vizzoto.

* Com informações da Ascom Susepe



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Bernardo Abbad

bernardo.abbad@diariosm.com.br

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